domingo, 31 de março de 2013

Águas


Águas calmas
afogam meus pensamentos.
E lava as dores e alegrias
de dias que já foram
dias que não regressam.
Não mais.

Como cristal, azul incolor
doce e insípido frescor
Reflete para mim
o brilho dos olhos de Deus.
E tranquiliza a alma.

E com ondas incessantes
revive incontáveis memórias.
E tudo volta, como uma pancada.
Lembranças de dias que não existiram,
memórias das coisas que deixei de fazer
pensamentos do futuro.
Um vazio se abre no mar.

Me jogo de braços fechados
no intenso e enorme frio da água.
E acalma a mente cansada,
cansada de segurar
a água que precisa ser desaguada
limpando olhos e mágoas.

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