quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Palíndromo

Subi no ônibus,
eu notavelmente tão notório quanto um palíndromo.
Atravessei a catraca, pesados passos furtivos; meio sonâmbulo.
Sentei-me. Aconcheguei-me. Ênclisei-me, do verbo: o que estou fazendo aqui?
Admirava a triste paisagem urbana, conforme o motor esquentava, pneu cantava, o cobrador falava, motorista xingava e eu morria, lentamente, acabando com a sonoridade (des)agradável(?) da minha vida.
Rir, o breve verbo rir. Rindo e sorrindo e rindo e sorrindo, ela entrou, mas não era um palíndromo.
Agraciava, divertia a atmosfera. Era diferente. Cativante? Talvez, não sei. Ou sei e não quero assumir? Não sei.
Ou sei?
Da esquerda para a direita, da direita para a esquerda; inovadora em todos os aspectos. Tão simples.
Ainda assim tão... Apreciável. Palpável. Embora isso não soe tão amável.
É! Amável...
E de tantos assentos disponíveis, decidiu se recolher do meu lado. Estranho, ninguém faz isso, a menos que forçado pelo cansaço. Mas então ela sorria. E ria. Me divertia. Cansada, sonolenta, mas divertia, ria e sorria.
"Bom dia!" disse, respondendo a minha dúvida.
"Bom dia..." repliquei com voz de penumbra.
Calou-se. Calei-me. Pensava se queria assunto. Acho que não queria, mas e quanto a ela? Não parecia dar indícios. O bom senso apitou, a educação de casa aflorou. Após fúnebre e ensolarado minuto, perguntei:
"Tudo bem?"
"Tudo, e você?"
"Tudo, graças a Deus."
Então ela me respondeu. Queria conversar, ou talvez estivesse apenas sendo educada. Nem sabia o nome dela. Mas conversamos mesmo assim. Talvez uma premonição para um dia feliz?
A quem eu quero enganar?
Desceu comigo, subiu as escadas comigo, seguia o caminho comigo. Ainda conversava comigo. Passou pela porta, daí se afastou para seguir sua vida. Continuava sendo levemente cativante, mesmo de longe.
A quem eu quero enganar?
"A diva ávida, dàdiva à vida", como já se dizia. Vida.
Resolvi-me voltar-me para minhas ênclises. Mas por que não mesóclises? Talvez eu ainda viva de passado.
Resolvi voltar ao meu palíndromo: vida.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

V&E #1

Fonte: http://88grzes.deviantart.com/art/fantasy-333375570


Domesticar a fera não era uma das tarefas mais fáceis. Qualquer tolo saberia disso. O dragão batia as asas fulminantes; o calor da labareda que expelia pela boca alcançava seu rosto, que logo suava. Um sentimento de adrenalina apossava o corpo de Liena, o ritmo frenético que mobilizava seu coração. Tentava conduzir a besta recém-domada, uma tarefa que se provava árdua, visto que a criatura não se agradava com a ideia de alguém tê-la como animal de montaria.
O raio negro voava sobre campos e montanhas, ateando fogo no céu e iluminando o crepúsculo. Agonizava em sua fúria. Se mexia e dava voltas no ar, executando manobras perigosas para a mulher que, aos poucos, parecia perder a batalha que ascendia aos céus. As garras afiadas contorcendo-se, como se tentasse agarrar esperançosamente algo que pudesse lhe ajudar. O dragão mergulhou no ar ao mesmo tempo que girava.
Ela se segurou, por pouco não caindo. A fera, já então exausta, se viu convencida de que, talvez, não fosse o maior ser naquele planeta. Após tanta raiva e humilhação, resolveu aceitar que, afinal, aquela era a única humana que poderia respeitar.

Vazio

Me sinto meio vazio.
Algumas pessoas dizem que é fome. Acabei de jantar.
Outras dizem que pode ser um amor não correspondido.
Já estou cansado de tentar amar.
Alguns arriscam dizer que é tristeza, melancolia.
Mas por que eu insisto em querer rir?
Rir de maneira histérica?
Rir para não chorar?

Acho que estou morto.
Não, não estou realmente morto. Vazio
Vazio.
Sinto-me inútil, sinto-me sem futuro.
Sinto-me sem poder sentir algo específico.

Estou ficando agoniado.
Sufocado.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Bacaninha

Oito horas da noite. Chovia. Não, não chovia. Chovia muito. Chovia a ponto de eu poder fazer um xingamento desnecessário. Mas não vou, afinal, não há o menor objetivo nisso. Além de que tenho me encontrado numa mania chata de politicamente correto, sabe? Aí eu fiquei ali, por alguns minutos, observando a água torrencial que caía. Daí comecei a pensar. Pensar nas coisas mais fúteis da vida; vez ou outra lembrando de outras mais importantes. Refleti sobre minha existência na terra. Qual o meu significado aqui. Não cheguei em nenhuma resposta e então resolvi ponderar sobre o que haveria em casa pra comer. Afinal, a larica tava braba. De dar dor de cabeça, saca?

O ônibus estava vazio. Um sábado a noite chuvoso, acho que realmente não havia muito o que fazer senão ficar de baixo do sofá, assistindo algumas séries e comendo qualquer coisa. Ou você podia sair por aí e tentar esfriar a cabeça, assim como eu. Esfriar até demais. Dar uma enxaguada nos pensamentos, tentar não morrer interiormente, não antes da hora.

Subiu uma moça com uma criança. Bem aquele estereótipo: fofinha, pequena, dá vontade de apertar, olhinhos fechados. Enfurnada em roupinhas de frio. Uma graça. Desajeitada, a moça passou a roleta com bolsa, guarda-chuva e uma criança. Eu poderia ter ajudado, mas estava na parte mais central do ônibus, sabe? Bem no finalzinho do centro, onde ficam aqueles bancos mais elevados por causa da roda. Mais perto dela havia um senhor e dois outros jovens. Eles a auxiliaram, foram mais rápidos do que eu. Ou mais educados.

A senhora se sentou no banco que estava na frente daquele em que eu me encontrava. A garota estava acordada, mas tão quieta. Uma coisa tão bonita. Silêncio. Aprecio o silêncio. Voltei minha atenção para a janela. Para a chuva. Senti minha boca seca e minha garganta também. Horas sem beber nada, dá uma agonia isso. Lavaria a mão assim que chegasse em casa e então iria até a geladeira, procurando por qualquer garrafa de água. Nem pegaria o copo, seria direto no gargalo. Meio anti-higiênico isso. Mas eu nem encosto a boca, mantenho sempre uma distância segura. Acho que assim não tem problema.

Normal.

O motorista resolveu parar de fumar e ir trabalhar. Abandonou os colegas na rodoviária, tragou uma vez e jogou fora aquele cigarro, ainda com uma pequena brasa que logo foi dissipada. Se colocou em posição e nos guiou para nossos rumos. A melhor coisa de passear de ônibus quando tudo está calmo é que você pensa nos mais diversos tipos de coisa. É bacana o sentimento. Mas ainda assim, odeio ônibus. Talvez seja o sentimento de claustrofobia. Mas no metrô isso é pior. Sei lá. Mas acho que no metrô eu teria menos chances de sofrer um acidente. Tem que ver isso também, né? Nunca se sabe. Às vezes imagino como seria o choque entre dois trens. Devastador, com certeza. Mas improvável de acontecer. Impossível ou improvável? Sei não.

Digressões...

Fez o trajeto de sempre. Passou por uma parte mais complicada. Tipo, perigosa mesmo, sabe? Ou será que era paranoia minha? O bairro em volta era completamente tranquilo, mas aquele lado ali sempre me deu calafrios. Pode ser um preconceito besta, mas a mente imagina mil possibilidades, né? Mas o bom é que logo eu chegaria. Levaria uns cinco minutos de ônibus. Legal era imaginar que, com um ônibus, dá cinco minutos de viagem do ponto A ao B. A pé, esse mesmo trajeto pode levar uns quarenta minutos. Talvez eu tenha exagerado, mas uns trinta levaria. Sem dúvida.

Me preparei, né? Tava longe ainda, mas a gente sempre fica ligado. Aí parou num ponto, o casal de jovens desceu. E numa tentativa de passar despercebido, me surge um bacaninha tentando enganar o motorista. Ele achou que foi sorrateiro o suficiente pra não ser notado pelo velho e sua experiência de vida, mas nós dois estávamos cientes que o cara no comando apenas não queria se estressar. Queria ir pra casa tanto quanto eu. Vida de condutor de ônibus deve ser depressiva pra cacete, né? Sei lá, parece que é. Dificilmente vejo um feliz. E passam o dia cheirando a cigarro e café, além de ficar com aquele som irritante zumbindo a cada puxão na cordinha ou apertando os botões. Alguns chamam de "cigarra". Eu prefiro "dar o sinal" mesmo. Soa melhor. Ah, e sem falar dos passageiros problemáticos.

O bacaninha ficou ali, meio tenso. Usava uma bermuda azul e uma camisa branca onde havia os dizeres "Save The Future". Bem irônico para a situação na qual me encontrava. Não dava mais do que quinze anos pro moleque de roupas surradas. E ele tava ali, na atividade, meio confuso. Inquieto. Será que ele sabia o significado das palavras na camisa?

Bacaninha se levantou. Havia gostado desse nome. Bacaninha foi perto do motorista, não podia passar por causa da roleta, que ficava mais a frente. "Aí motô..." o ouvi dizer. E só isso, não queria saber o que tava acontecendo ali na frente. E então bacaninha me surge com uma arma na mão e manda o "motô" parar. O cara, na sua longevidade e décadas de labuta, ignorou o indivíduo armado. Daí ele resolveu disparar pra afirmar que não tava de brincadeira. Pois é, sempre foi mania de gente velha querer subestimar os mais jovens. O tiro acertou só o vidro, então ninguém se feriu. O guia parou e o garoto fez o assalto. Ele estava tremendo, mas não perdoou ninguém. Nem o senhor mais a frente, nem um grupo de senhoras mais ao fundo. A moça com o bebê então não fez nenhuma diferença pra ele, apenas roubou celulares e dinheiro. E veio pra mim também. Tremendo. Nervoso.

Bufei. Tenho alguns conhecimentos de artes marciais. Meio enferrujado, é verdade, mas a memória é boa e no instinto a gente acaba fazendo coisas que nem imaginamos ser capazes. Podia dar uma surra num moleque de quinze (ou menos), com metade do meu tamanho, magricela e tremendo de medo. Mas não. Não quis arriscar. Não sei se foi insegurança pela arma e a dúvida. Dúvida de ser mais lento que o dedo no gatilho. Peguei qualquer cinco reais que tinha no bolso da calça e dei pra ele. Falei que só tinha aquilo. Li os seus olhos; sabia que eu estava mentindo. Mais do que isso: ele estava ciente de que eu sabia que ele sabia que eu estava mentindo. É meio chato isso, né? Dá um nó na cabeça essas frases longas e com palavras repetidas. A língua é uma merda. Opa, cadê o politicamente correto? Mamãe me educou pra nunca xingar. Tudo bem que ela solta uns palavrões em ocasiões raras, mas eu entendo. Acho que eu estresso ela demais. Mas também sou a salvação dela, né? Filhos... Vai entender. Acho que só compreenderei se for pai. Mas não devo ser pai, acho pouco provável. Não sou capaz de construir uma família. Será que Bacaninha iria ter filhos algum dia?

Bacaninha, ainda nervoso, resolveu não insistir. Baixou a arma, foi até a roleta, "escalou" o troço e foi pra perto do motorista. Pegou alguns trocados, já que o velho exercia a função de cobrador também. Não conseguiu levar tudo, era adrenalina demais pra apenas quinze anos. Ou menos, sei lá. Nunca fui muito bom adivinhando essas coisas.

Ele desceu do ônibus. Após alguns segundos, ouvi xingamentos, cochichos, palavras de indignação, etc. Voltei minha atenção para a chuva. Ao menos tentei, já que a garotinha no colo da mãe se pôs a chorar. E chorou até o meu ponto. Aí eu levantei, dei o sinal. Ou a cigarra. Naquela hora me veio uma música na cabeça. Não uma música já existente, mas algo que eu poderia usar pra compôr um dia. Isso acontece direto, é uma sensação boa. Me virei pra pequenina ali nos braços da mãe.

Por que chorar? Você ainda pode nos salvar...
Apenas depende de você, corrigir os erros da época em que eu ainda era bebê
Não sei quanto a mim, mas você não nasceu em vão. É o futuro dessa geração.

Ela adormeceu, sabe? Tipo, muito rápido. Foi engraçado. A mãe me agradeceu, com uma expressão simpática. Aí desci no meu ponto, pensando na vida. Pensando no bacaninha com sua camisa de "Salve o futuro". Mas pensando também em como eu havia criado aquela bosta. Mas que rima forçada, coisa de idiota. Descartei totalmente a possibilidade de usá-la algum dia.

É, acho que eu não tenho utilidade nenhuma. Boa sorte para a "de menor" dentro do ônibus, no colo da mãe. Queria saber o nome dela, aquela coisa que dorme com qualquer canção besta. Tão lindinha. Crianças. Espero que ela possa me perdoar um dia.

Carta a Rebeca

Texto da autoria de Pedro Casarim. Tomei a liberdade de postar aqui, mesmo sem o conhecimento do autor (por enquanto). Espero que os mais de dez anos de amizade influenciem no momento que resolver julgar-me com base na minha atitude precipitada.

Visitem: http://sobreclaudiaborges.blogspot.com.br/

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Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2013

Rebecca,

São quatro pras seis da manhã e já ouço o ensaio de bom dia dos pássaros. Você está dormindo agora? Se criou juízo certamente está mas eu continuo o mesmo: vagabundo -- no melhor (ou não) sentido da palavra --, por isso te escrevo à essa hora. É melhor mesmo que esteja dançando em fantasias surreais, beijando pássaros, voando sobre Paris, ouvindo as nítidas palavras de um velho sábio num parque. Ou então até correndo de monstros ou coisa que o valha em seus delírios oníricos com assinatura de Poe. Não sei ao certo o porquê de estar te escrevendo. Apenas sinto que temos um laço que me faz ter que te contar em palavras o que penso ou o que sinto.

É tênue a linha que separa a paixão da amizade. Não vou falar em amor pois é uma palavra além de muito usada, muito forte e complexa. O que é a paixão além de uma amizade com laços corpóreos? Quais são as fronteiras que discernem amigos de amantes? Pode haver amor numa simples e sincera amizade e não existir um resquício sequer dele em um relacionamento à dois. O que é o casamento senão um pedaço de papel com registro em cartório e alianças nos dedos anelares? Namoro, noivado, casamento: os termos são indiferentes, não somos donos de ninguém. Não podemos atribuir sentimento de posse sobre uma pessoa, de modo que ela não nos pertence assim como nós não a pertencemos. O fato de sermos seres-humanos já nos torna irremediavelmente sós e independentes. Somos livres. 

Tenho que confessar: ainda é um pouco estranho pra mim nossa relação atual de amigos, visto que há pouco tempo atrás compartilhávamos de profunda intimidade e carinho. Não vou dizer que os sentimentos que tinha por você se esvaíram por completo mas que, de fato, diminuíram de intensidade: o ciúme, o zelo, o afeto. O de posse se foi completamente, tenho a compreensão de que não somos mais um casal. Mas, pensando até adiante, -- esse seria um passo a dar rumo ao progresso como ser-humano -- almejo desvincular da paixão a certeza da exclusividade. Meus sentimentos agora apenas tornaram-se leves e sem nenhum interesse secundário. Digo isso porque ainda sinto uma forte intimidade com você e por isso posso dizer que somos amigos, no sentido mais genuíno e puro dele. Também não posso negar que ainda sinto atração física por você, ainda te observo muito bela; e creio que isso não mudará.

Lembro com carinho nossas recordações que por vezes tomam de assalto minha imaginação: desde nossos momentos mais prosaicos aos mais íntimos. Com isso vejo que você foi uma bela parte da minha vida, e com certeza, -- no posto de primeiro amor -- terá um lugar guardado dentro de mim.

Bem, como você pode notar, estou utilizando de uma linguagem um pouco mais branda, não tão direta e explícita como costumo fazer. Acho que assim soa mais romântico e respeitoso, afinal agora não compartilhamos mais sussurros de volúpia. É um exercício, inclusive, para minha própria escrita. Será? -- posso estar fazendo uma grande burrada, mas vai saber... E nesse gancho aproveito pra propor um trato: por que não nos falemos por carta, à moda antiga? Pode parecer coisa de casal apaixonado água-com-açúcar mas assim acho melhor -- estou tentando otimizar meu tempo, com isso quero dizer abdicar das horas desperdiçadas na internet. Prefiro o contato presencial, ainda que menos confortável que o virtual, porém mais sincero. E você sabe, odeio rede social e afins. Além disso, estou exercitando a melhor qualidade de um escritor: a solidão.

Que nos esbarremos em alguma esquina de nossas vidas e continuemos trocando pedaços de psique um com o outro. Podemos nos corresponder quinzenalmente, que tal? -- ainda mais com a rotina que terei logo em breve de trabalho/faculdade: com certeza perderei toda a vida social que já não possuo.

Antigamente tinha a citação do filme como absoluta: "Le temps détruit tout." Mas percebi que ao mesmo tempo que destrói, ele também constrói outras coisas; ele cura -- nisso você estava certa. No mais, no menos, era isso que queria dizer. Não quero te "perder" porque, por incrível que pareça, você ainda é a pessoa com quem mais falo. No caso de novas histórias ou aforismos você saberá, não deixarei passar um detalhe. E não se esqueça do meu blog, talvez surja um escritor de verdade dali.

P.S.: Finalmente parei de fumar.


Meus beijos e abraços e fica bem,
Pedro Casarim

domingo, 23 de junho de 2013

Shy

As the morning comes in
And then I find you still asleep
I can hear you... breath.

Lost into those eyes
Simplicity in such a
gentle heart
You're everything
I've been praying for

And you're so close, but so far
I can't take this anymore

Why so shy?
All I need dear, to be fine
It's your smile
All I want dear, its you
by my side

When I look the night sky
You're the only star that still shines
And then I ask myself
If you're thinking of me
As I'm thinking of you


I don't want you go away from here
So I'm begging you, please stay
by my side

You're so close, but so far
I can't take this anymore

Why so shy?
All I need dear, to be fine
It's your smile
All I want dear, its you
by my side

All I need... don't be shy
All I need... please smile
Your body, your skin
Sweet perfume, it's a dream
The kindness of your lips
Your voice echoes in me
And all I ask you... don't be shy

She's my darkest nightmare
She's my sweetest dream
My life has been poisoned
By the truth I don't want to
believe.

Tonight she's my bride, yeah
Tonight, she's my sin
Then I feel the unconsciousness
Within the lies I keep
Telling me

sexta-feira, 14 de junho de 2013

E
Ela tem
Aquele jeito todo
Especial de me provocar

Como
Se nada
Fosse tão ruim
Quanto me perder naqueles
Belos olhos que me fascinam.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sentimental

Acho que esse é um dos meus textos aleatórios favoritos. Primeiramente porque não é bem uma crônica. Tudo é focado mais nos diálogos rápidos e, de certo modo, simples. E particularmente porque eu nunca soube bem como interpretar essa música. Fiz isso mais em um momento de inspiração, mas nunca estive bem certo do que essa composição possa querer dizer. Posso estar certo, posso estar errado.

Enfim...

***







            Era mais cedo do que o comum quando resolveu ir para a cama. O relógio não marcava nem 22h, mas ali estava ele, deitado sob as cobertas, protegendo-se de algo muito além do que o frio. E embora demonstrasse uma expressão cansada, seus olhos estavam abertos. Olhava para o teto, mas a mente estava indo muito além do que gostaria. Não era sua vontade pensar no assunto, mas de qualquer modo, o luxo de poder querer ou não alguma coisa já estava fora de seu alcance, ao menos se tratando dos próprios sentimentos.
            Tudo no que podia refletir era sobre o dia que tivera. As conversas, os conselhos, as lições. E obviamente aquilo o fazia rever memórias de um passado recente. O rapaz se moveu na cama, a procura de uma posição que fizesse com que o sono se adiantasse. Mas ele sabia que isso não aconteceria, e lhe restaria apenas companhia dos seus pensamentos.
            Lá estava ele novamente. Aproximadamente oito horas da manhã, ele na sala de aula de sua universidade. O professor falava continuamente e ele não estava no humor para aquilo. Era uma triste segunda-feira e o consciente ainda estava fresco com os ocorridos do final de semana anterior. Era tudo tão forte ainda, tão bem gravado em suas lembranças mórbidas. Rabiscava de modo frenético a folha do caderno, desenhando algo abstrato. Uma aglomeração de traços perdidos, sem foco, sem objetivo. Do modo como ele se sentia. De modo automático, sua atenção se voltou para a jovem loira algumas cadeiras mais a frente. Ela fazia perguntas ao professor com frequência e isso sempre fazia com que os olhos dele se voltassem na direção da moça. Tão inteligente quanto bonita. Apaixonante, de fato.

           – Tão difícil assim deixar de ficar reparando nela?
            Então percebeu que um amigo falava com ele. Desorientado, virou o rosto na direção de onde ouviu a voz. E então despertou.
                – Por que não volta com ela?
                – Não rola.
                – Por que não? Ela te ama. Amava, talvez. Você a amava. Ainda ama, talvez.
                – Não sei. Não é para mim. É tudo muito errado com ela.
                – Por quê? Talvez você esteja sendo o errado nessa situação.
                – Não, não... Ela é muito... Sentimental para mim. Não consigo me adequar ao estilo dela, sabe? Eu soube desde o início que não ia dar certo...
                – Mais sentimental que você?
Ele parou por um momento, disposto a pensar sobre a pergunta. Tentou sorrir.
                – Existe alguém mais sentimental do que eu?
O amigo retribuiu o sorriso. Não era hora pra ficarem conversando. Não era a situação e nem a pessoa certa para insistir em um diálogo.

                Ainda na cama, mais lembranças surgiram. Aproximadamente vinte e quatro horas antes, quando estava em casa, tentando não se afundar em mágoas. A noite estava triste, como se o tempo estivesse se curvando para a situação dele. Estava sofrendo, embora insistisse em não demonstrar esse lado emocional de si mesmo. Observou a irmã sentar-se no sofá, junto a ele, naquela noite de domingo. Falaram do fato trágico que ocorrera na última sexta a noite. Uma noite como aquela.

                – Está arrependido, não é?
                – Nunca vou me arrepender do que fiz. Era a coisa certa. Ela não era pra mim. Muito...
                – Sentimental?
                – Complicada.
                A irmã ponderou a escolha de palavras do irmão. Era capaz de notar facilmente o semblante de tristeza que ele tentava não esconder.
                – Não entende, não é?
                – Nunca entendi nada. O que eu não entendo?
                – Ela não é complicada, você que é ignorante. Ela te ama e você responde a esse sentimento. Ela apenas demonstra isso de um modo diferente de você.
                – Diferente como?
                – Eu não sei. Mas é uma moça inteligente. Ela não vai querer que isso se torne algo fácil pra ti, afinal, tem que provar que é um indivíduo diferente. Mas você parece ter falhado no teste.
                – Entendo que ela não queira qualquer um. Mas precisa ser tão...
                – Complicada?
               
Sentimental...

                – É.
                – Pense bem. Você acha que se interessaria tanto por ela se fosse completamente aberta e falasse livremente? O que o fez se apegar a ela? Não foi o modo enigmático como sempre lhe tratou?
                – Talvez, nunca pensei muito nisso.
                – Você simplesmente não pensa. A verdade é que já a teria rejeitado há muito tempo, se ela fosse tão simples. Se fosse apenas mais uma.
                – Talvez...
                – Você só fala "talvez". Talvez devesse conversar com ela e não desistir na primeira tentativa. Não pode ser tão difícil.
                – Pois é. Na verdade, em comparação a ela, isso não deve doer tanto em mim. Não me importo de sofrer um pouco mais, sabendo que ela deve estar pior... Seria no mínimo justo eu passar pelo o mesmo que ela.
                – Sim. Ela é mais sentimental que você.


Se mexeu sobre o colchão mais uma vez. Sentiu um pouco de peso nas pálpebras. Pensar sobre aquilo lhe causava um cansaço enorme. A cada segundo em que apenas lembrava algo, era um passo para aquele abismo de sentimentos. Não sabia mais o que fazer, além de impedir que a tristeza o abatesse e tentar dormir. Sem sentimentos, sem dor.

                Fechou os olhos e morreu para o mundo.

                A mente ainda funcionava. O subconsciente guardava o que ele verdadeiramente sentia. Sonhou. Sonhou com ela em seus braços, como na primeira vez em que soube que a amava.  Como ainda ama. Tudo estava presente em sonhos. O rosto animado dela, o cheiro do perfume, o abraço confortável e um beijo único. A voz sedutora dela.

                – Eu quero você só pra mim. Tudo bem?

                Ele riu com o que ela lhe dissera.

                – Tudo bem.
                – A única condição é essa. Você pra mim, certo?
                – Sabe que não é bem assim...
                – É, eu sei. Mas eu posso fingir. Até mesmo rir disso. Nunca se sentiu desse modo?
                – Nunca. E você? Já? Em outra ocasião?
                – Talvez.
                – Você só fala "talvez".

                Ela sorriu, com a cabeça encostada no peito dele.

                – Tudo bem. Sempre fui mais sentimental do que você. Mas quem sabe um dia você não entende?

                E ele entendia. Demorou a perceber isso, mas sim, compreendia. Mesmo em sonhos, tomou conhecimento disso. Queria ela só pra ele, mesmo sabendo que isso não funciona do jeito que os dois gostariam. Que ele gostaria. Afinal, ninguém era mais sentimental do que ele.

                Talvez ela fosse. Mas agora já não estava mais ao seu alcance. Embora ele ainda a quisesse só para ela.

                Mas a aquela altura, com as escolhas já feitas, só lhe restava pensar sobre aquilo e chorar. Ou fingir.

E rir.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O dia em que conheci Aline Belim.

Ainda lembro a primeira vez que me deparei com aquela cena. Eu estava no sufoco, enfrentando o calor desgraçado do Rio de Janeiro, quando Aline Belim apareceu para mim pela primeira vez. Não sei como descrevê-la, afinal, toda a situação já é mais do que o suficiente para ter uma visão de quem é senhorita Belim e meu bom senso não me permite fazer um julgamento - muito provavelmente errôneo - acerca de uma pessoa como ela. A vi pela primeira vez na mesma rua onde mataram Jefferson, que, estou quase certo, era chegado a ela também. Coitado. "Um jovem alegre, cheio de vontade de viver". Ao menos é o que dizem as pessoas que o homenagearam. Provavelmente as mesmas que fizeram as palavras sobre Aline, palavras que me levaram a perguntar quem poderia ser essa dama? E cá venho eu (tentar) revelar quem é e quem foi Aline Belim.

Permitindo a mim mesmo fazer uso das palavras de "Os Irmãos", Aline Belim certamente deve ser, de acordo com a minha incerteza e desconhecimentos indubitáveis, de tudo o que mais belo existe; capaz de ser tão sublime quanto mar e o ar. E se um indivíduo qualquer lhe escreve nas paredes de pessoas desconhecidas que irá lhe absolver de seus pecados em nome de Deus, é certo de que Aline Belim é uma moça especial. Amada por muitos e por outros mais.

Segundo dia em que encontrei Aline Belim, foi em outro muro. "Aline Belim, eu luto por você contra o mundo", eram os dizeres. Não me sobra dúvidas de que um homem que comete um pecado (pichação é vandalismo, e vandalismo é crime. Criminosos podem ser considerados dignos do purgatório) com o objetivo de transmitir uma simples mensagem, de que a absolveu (ou "abissolveu", como o dito cujo resolveu se expressar) em nome de Deus; muito me diz que Aline é uma pessoa incrível. E se o mesmo  sujeito, cavaleiro cavalheiro indomável, decide pôr a prova as próprias forças e combater todo o mundo apenas por ti... Não há nada que apague minha visão perfeccionista sobre Aline Belim.

Alguns poucos séculos atrás, apostando tudo o que tenho e que não tenho, estou convicto de que Aline Belim seria a musa dos poetas românticos. E quando digo romântico, me refiro tanto a aqueles que vivenciaram o período Romancista da literatura, quanto aqueles realmente românticos. Ah sim, Aline Belim seria vista como uma donzela pura e inalcançável, flechando o coração de rapazes que lutariam contra todas as dificuldades apenas para sofrer de amores por ela. Ou nessa situação embaraçosa, o rapaz.

"Aline Belim, eu absolvo você de todos os pecados em nome de Deus."

E eu aguardei. Torci para poder descobrir mais sobre Aline. Mas nada mais veio. Tive apenas que me contentar com as duas frases enigmáticas que, com o passar dos dias, surgiriam em outros e outros muros; muros de senhoras; muros de famílias; muros de comércios. Muros. Mas nada fez o nosso querido herói além do que lembrar a senhorita Aline Belim de que ele lutaria contra o mundo e absolveria dos pecados. Pergunto-me agora se a alma dela já está pronta para escapar do apocalipse e viver na paz de Cristo.

Ainda espero saber mais sobre Aline Belim. A conheci, mas não a vi, ou ao menos a compreendi. É um segredo que se revela aos poucos com frases e pontas soltas. E por mais que eu tenha lhe conhecido e tentando entender o que se passa na sua vida, ainda me faço curioso: quem és tu, Aline Belim?

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Às vezes...

Às vezes queria poder amar uma jovem de beleza simples. Sem muita maquiagem escondendo sua beleza, sem agir de modo desonesto consigo mesma e que não se importe em demonstrar um belo sorriso sincero. Beleza simples. Ela não precisa ter olhos de mar ou de diamante, pois muito me agrada um tom de caramelo, um simples castanho ou um misterioso olhar escuro.

Queria poder me apaixonar por uma moça de cabelos naturais, sem o liso superficial. Levemente bagunçados, ou presos daquele modo atraente, com uma pequena mecha caindo-lhe em frente ao rosto. Gostaria de me apaixonar por alguém que não tivesse vergonha de rir das coisas simples da vida e das bobagens que saem de minhas cordas vocais. Que se agradasse em aproveitar apenas os momentos genuínos e verdadeiramente felizes

Uma mulher que gostasse de abraços em dias quentes e frios. Que não se incomodasse com minha falta de escrúpulos, beleza e de qualquer carisma. Ignorasse minha cara de psicopata. Alguém que talvez pudesse ver alguma graça em mim. Alguém que não se incomodaria de pousar levemente a cabeça sobre meu peito, e ouvir as batidas ritmadas do meu coração. Que pudesse sentir a vida próximo a ela e estar em sintonia comigo por um simples toque.

Estar junto de uma pessoa perfeita com seus defeitos. Defeitos que muitos veem e observam, mas que eu posso ver e, ao mesmo tempo, não enxergar. Pois a minha definição de "perfeito" tem as suas imperfeições. Uma guria que não se incomodasse em ser ela e que soubesse prezar a si mesma.

Ou talvez eu simplesmente quisesse ser capaz de amar. Alimentar a minha dependência de algo que nunca possuí.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Time Flies



Atravessou a sala ao instante em que se transformava em uma mera silhueta. A única luz presente era a do pôr-do-sol, permitindo que aquele cenário fosse apenas o alaranjado e o negro que marcam o final de um dia vazio. Em passos calmos, sem a menor intenção de ter pressa, ele arrastava de leve os dedos por seus LP’s do The Beatles e do grande Jimi Hendrix, entre outros artistas que lhe marcaram em algum ponto da vida. Cantarolou a primeira música do Sgt. Pepper que veio em mente, enquanto continuava seu trajeto para o passado. Abriu a porta que dava para a varanda do prédio. Observou a correria das crianças e permitiu que os gritos animados lhe alcançassem a alma. Um longo suspiro.

            Notou sua companheira sentada em uma cadeira, relaxada, com um cigarro preso entre os dedos e uma xícara de café em uma pequena mesa de vidro, própria para isso. Ela admirava o infinito. Ele se sentou, cruzou as pernas e permaneceu ali, observando tudo o que se passava ao seu redor.  Sentiu a brisa que acariciava de modo sutil a sua pele velha. Ajeitou os óculos e mais uma vez suspirou. E então pensava. Refletia. Viajava com sua mente. Regressou aos tempos em que também poderia correr e gritar como se não houvesse amanhã. Lembrou-se de quando a conheceu e quando possuía forças o suficiente para caminhar por todos os lados; energia mais do que necessária para executar suas provas de amor e trabalhar para sustentar aquele casamento.

            Não se arrependia de nada que havia feito. Ela sempre fora sua mentora e nunca o guiou por caminhos tenebrosos. Sempre estiveram lado a lado, andando em direção a aquela enorme estrela amarela que desaparecia, dando espaço para a lua. Outro longo e profundo suspiro. Pelo canto do olho, de modo tímido, observou-a tomar um gole do café e, logo em seguida, dar uma tragada em seu cigarro. Ela repousou a cabeça na cadeira. Continuava tão linda quanto no dia em que a conhecera. Era assustador como havia mudado tanto com os anos, mas o rosto insistia em guardar traços que lhe davam a sensação de que nenhum tempo tivesse a afetado. E os vícios dela, por mais que ele não apoiasse, nunca foram motivos para tirar o brilho que surgia em seus olhos ao olhá-la.

            Ele achava até cômico as respostas rápidas que ela lhe dava. Habituou-se a aquilo. “Como consegue fumar tanto?”, ele perguntava. Ela apenas sorria do jeito que ele sempre gostou. Então balançava a cabeça de um modo alucinado e divertido. E rindo, lhe respondia: “O tempo voa, meu querido. Algumas coisas chegam a nossas vidas, outras partem; algumas delas agradáveis e outras nem tanto... E tudo o que nos resta é percebermos que realmente estamos avançando. O tempo voa, meu amor. E é hora de aceitarmos tudo o que recebemos, sejam coisas boas ou ruins. O tempo voa, meu bom homem. E com ele, nós voamos juntos. Então por que não apenas aceitar os meus defeitos?”

            O velho nunca compreendeu o que ela queria dizer com aquelas palavras. Apenas se perdia no jeito carinhoso como ela sorria após as palavras, e voltava a fumar. E podia ver aquilo de novo. Mas então, ele finalmente compreendeu. Compreendeu que o tempo ia e REALMENTE não voltava mais. Em parte era triste, mas enfim, num determinado momento de sua vida, soube totalmente o significado daquilo. Tirou um maço de cigarros do bolso, pegou um e o acendeu. Não o fumou, apenas estudava cada detalhe do objeto. Nunca aquilo se passou por sua mente, nem nos momentos sombrios. Ainda cantarolando e com um sorriso enrugado no rosto, pôs-se a fumar. A mulher já não estava mais sentada ao lado dele. Não em um plano físico.


Apenas na visão dele. No coração dele. Uma fumaça ascendeu ao céu, e nas nuvens, pôde ver o rosto dela. E o vento lhe assobiou sua risada. E sozinho, pensou “o tempo voa, meu amor”.

Uma Vida De A a Z

Ainda Bebia Com

Dois Estranhos Felizardos,

Gastando Horas Intermináveis

Juntando Lindas Memórias.

Naqueles Obscuros Pensamentos

Que Revelavam Sua

Tediosa, Ultrapassada Vida.

Xingava, Zombava. Xucro,

Voltava Ultrajante, Totalmente

Sóbrio. Repentinamente Quedou-se

Pelos Olhos Naquela

Mulher. Linda, Jogava

Infinitas Honrarias. Graciosamente,

Ficou Estático. Decidiu


Caçar Belos Amores.

domingo, 31 de março de 2013

Águas


Águas calmas
afogam meus pensamentos.
E lava as dores e alegrias
de dias que já foram
dias que não regressam.
Não mais.

Como cristal, azul incolor
doce e insípido frescor
Reflete para mim
o brilho dos olhos de Deus.
E tranquiliza a alma.

E com ondas incessantes
revive incontáveis memórias.
E tudo volta, como uma pancada.
Lembranças de dias que não existiram,
memórias das coisas que deixei de fazer
pensamentos do futuro.
Um vazio se abre no mar.

Me jogo de braços fechados
no intenso e enorme frio da água.
E acalma a mente cansada,
cansada de segurar
a água que precisa ser desaguada
limpando olhos e mágoas.

sexta-feira, 22 de março de 2013

(Rot)ina

Sala 1
Universidade
E pense, "Pensi"
910
Cacuia, Cocotá.

Carioca
Shopping
Neruda
Meia, dois, nove
Novo Asfalto
Cuscuz
Me
induz

Cocada
é da boa
Bom é
malhar
Poeta do mundo
malhar a mente
aqui ou acolá.

Dorme, cabelos
de fogo.
Bela é, ó
armação vermelha
Plaquetas combinam
Sorria, fale
Se exalte
Se alegre
Se...

Hiper
ativa
Mulambo
barbudo
Quieto
aquiesce.

Corre, correio
Aproxima-me
por letras.
Perdão imperfeito
como em
noites de terror.

Transição
informal
coloquial
Função
afim, de mim?
Paralelismo
assimétrico
Revoluções
e então
comigo
contigo
consigo
desperto.

O quê?